Produção de suínos e o uso responsável de antimicrobianos
Por muito tempo, os antimicrobianos têm sido utilizados como forma de prevenção a doenças, em tratamentos e como promotores de crescimento em dietas para suínos. Apesar de seus benefícios atrelados à melhora do desempenho produtivo dos animais, sua utilização requer um uso cauteloso, visto que podem ocasionar o desenvolvimento de resistência bacteriana.
É necessário ter um olhar abrangente sobre o uso desses produtos. Grande parte dos sistemas de produção no Brasil, conta com leitões de origem e leitegadas diferentes após o desmame, sendo que a alta densidade animal e outros fatores, contribuem para a manifestação de patógenos. Deste modo, a maioria dos produtores incluem antibióticos nas dietas em doses preventivas ou sub terapêuticas (MORÉS, 2014).
Outro fator importante para a utilização dos antimicrobianos nas dietas de leitões é o desmame precoce, que em idade inferior a 23 dias, pode afetar a integridade intestinal do animal, principalmente em relação à função de barreira da mucosa, importante na prevenção de doenças crônicas do intestino (SMITH et al., 2010).
Em 2006, a União Europeia proibiu o uso de antibióticos como promotores de crescimento (BUHELER et al., 2006). Já em 2009, teve início no Brasil o processo de regulamentação da fabricação, comercialização, controle de qualidade e emprego para uso veterinário de acordo com a Instrução normativa nº 26. Sendo assim, ficou restringido o uso de alguns antibióticos como: anfenicóis, tetraciclinas, quinolonas, sulfonamidas sistêmicas e beta lactâmicos, que são de uso exclusivo em produtos antimicrobianos veterinários (CANTELLI, 2010).
Com isso, os pesquisadores e técnicos precisaram buscar medidas alternativas para que os animais tivessem bons desempenhos mesmo com os desafios. Como substitutos aos promotores de crescimento, podemos citar os probióticos, prebióticos, óleos essenciais, ácidos orgânicos, entre outros, que demonstram ter grande potencial para substituir os antibióticos juntamente com medidas de melhoria das condições higiênico sanitárias ambientais, que visam a diminuição da contaminação do rebanho com novas cepas patogênicas. O desafio é colocar em prática e adequar a logística aos modelos de produção existentes atualmente (MORÉS, 2017).
Existe algum desafio em que podemos ajudá-lo?
REFERÊNCIAS
BUHELER, K. et al,. Influence of benzoic acid and dietary protein level on performance, nitrogen metabolism and urinary pH in growing-finishing pigs. Animal Nutrition. 60(5) 382-389, 2006.
CANTELLI, T.R. Diferentes alternativas no controle da diarreia pós desmame em leitões. Pirassununga, 2010.
MORÉS, N. É possível produzir suínos sem o uso de antimicrobianos melhoradores de desempenho?. VI Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal, 2014. Estância de São Pedro, SP. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1014042/1/final7575.pdf Acesso em: 30 jun 2021.
MORÉS, N. Restrição do uso de antimicrobianos em suínos no Brasil. Estamos preparados para esta realidade?. Anais do II Simpósio Internacional de Produção e Sanidade de Suínos:SIMPORK. Jaboticabal: UNESP/FCAV, 2017.
SMITH, F. et al., Early weaning stress impairs development of mucosal barrier function in the porcine intestine. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol, v.298, p.G352–G363, 2010.