Nutrição de precisão na reprodução: desafios e oportunidades para matrizes
A nutrição de precisão já é uma realidade para as fases de creche e engorda, graças aos inúmeros sistemas de modelagem disponíveis no mercado, que permitem calcular o volume ideal de nutrientes conforme a condição corporal de cada animal em cada dia da fase de crescimento. Esse tipo de gestão traz grandes benefícios econômicos para empresas e produtores. Porém, na fase de reprodução, ainda estamos distantes desse modelo de nutrição de precisão. Existem poucos modelos matemáticos que permitem calcular o volume ideal de nutrientes para cada fase de produção. A De Heus, por exemplo, é a única empresa que possui esse modelo de nutrição de precisão para matrizes.
Como posso otimizar o manejo nutricional das minhas matrizes?
Por Daniel Gracioli, Gerente Técnico de Contas - Suínos
As principais variáveis para o cálculo do volume ideal de nutrientes para matrizes são o peso vivo e a condição corporal, expressa em massa magra e gordura. Contudo, obter essas variáveis nos sistemas de produção atuais não é simples. Atualmente, os sistemas de produção não estão preparados para coletar o peso vivo e a espessura de toucinho das matrizes. Nesses casos, o melhor caminho é recorrer ao método de escala de condição corporal, classificando a matriz de 1 a 5, sendo 1 para as mais magras e 5 para as mais gordas. Esse método, quando bem realizado, já representa um grande avanço para alcançar a nutrição de precisão. A partir da classificação das matrizes, um volume adequado de ração é fornecido, atendendo melhor ao requerimento ideal de cada indivíduo. No entanto, na maioria dos casos, esse método não é aplicado ou, muitas vezes, é mal executado.
Conforme cálculos do sistema de modelagem da De Heus, a diferença de requerimento nutricional entre uma matriz magra e uma matriz normal pode atingir 23 kg de ração durante a fase de gestação. Ou seja, a matriz magra precisaria consumir 23 kg de ração a mais que a matriz normal, o que representa, por exemplo, 0,200 kg de ração adicional por dia na fase de gestação. A mesma relação vale para uma matriz gorda, que precisaria de 23 kg a menos de ração que uma matriz normal.
Com base nesse exemplo, podemos ter uma ideia da quantidade de matrizes que podem estar subalimentadas ou superalimentadas no sistema de produção. Também podemos compreender o impacto econômico que a falta de uma avaliação eficiente da escala corporal pode causar em um sistema de produção.
Mesmo sistemas de produção que possuem estações de consumo para a alimentação das matrizes em fase de gestação, e que podem controlar individualmente o programa alimentar, muitas vezes não o fazem. Isso se deve à falta de acesso a um sistema de modelagem capaz de calcular o requerimento nutricional de cada indivíduo.
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Falar com um especialista De HeusDesta forma, o cenário ideal para uma nutrição de precisão na fase de reprodução seria pesar as matrizes na entrada e saída da maternidade e realizar a medição da espessura de toucinho. Essas variáveis permitem que o sistema de modelagem calcule com precisão o requerimento nutricional de cada indivíduo.
A De Heus vem utilizando cada vez mais o sistema de modelagem nas granjas do Brasil, a partir das informações da escala de condição corporal, ou através de pesagem e medições de espessura de toucinho, com muito sucesso. O sistema permite ajustar o programa alimentar das matrizes e promover ganhos de produtividade e economia de ração.
Todos esses pontos citados acima tornam a avaliação da condição corporal uma prática fundamental no dia a dia dos sistemas de produção, seja com avaliação através da escala de condição corporal, seja por meio de balança e equipamento de ultrassom para medir a espessura de toucinho.
Considerações finais
A implementação da nutrição de precisão na fase de reprodução representa um avanço significativo para a produção animal, especialmente no manejo de matrizes. Embora os desafios para alcançar essa precisão sejam maiores devido às limitações na obtenção de dados como peso vivo e espessura de toucinho, o uso de sistemas de modelagem, como o desenvolvido pela De Heus, demonstra que é possível otimizar a alimentação e, consequentemente, a produtividade do rebanho.
A correta avaliação da condição corporal, seja por métodos tradicionais ou por tecnologias mais avançadas, é essencial para garantir que cada matriz receba a quantidade exata de nutrientes necessária para seu desenvolvimento e reprodução. Essa prática não só promove o bem-estar animal, mas também resulta em ganhos econômicos expressivos para o produtor.
À medida que mais sistemas de produção adotam essas tecnologias e métodos, o setor como um todo pode esperar um aumento na eficiência e sustentabilidade da produção animal. Portanto, é fundamental que as empresas e os produtores invistam na capacitação e na implementação de tecnologias de nutrição de precisão para continuar avançando na busca por uma produção cada vez mais eficiente e responsável.
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Daniel Gracioli
Gerente Técnico de Contas - Suínos