Desafios sanitários para leitões durante o inverno

Rafael Bertol

Nutricionista de Suínos

23 julho 2024
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4 minutos

Chegou o inverno e, com ele, temperaturas mais baixas, o aumento da umidade e a necessidade de mudança nos cuidados com os animais nas granjas produtoras de suínos. O comportamento dos animais muda, há aumento na perda de calor dos animais, o que exige a maior ingestão de ração para aumentar a produção de calor.

Como posso melhorar a saúde dos leitões no inverno?

Por Rafael Bertol, Nutricionista de Suínos


Dentro das instalações, devemos cada vez mais utilizar medidas objetiva para a tomada de decisão sobre quando devemos abrir ou fechar as cortinas ou acionar os sistemas de aquecimento. Estas medidas objetivas são mensuráveis através de equipamentos, como sensores de temperatura, termômetros e medidores de gases nocivos.

Principais doenças de inverno

As principais doenças relacionadas ao inverno na suinocultura são as respiratórias, principalmente as causadas por vírus, devido às instalações ficarem mais fechadas nesta época para manter o conforto térmico dos animais, mas devemos ficar atentos a outras doenças que, nos últimos anos, têm aumentado consideravelmente neste período – especialmente doenças neurológicas causadas pelo Streptococcus suis.

  • Influenza suína: faz parte do complexo das doenças respiratórias dos suínos e é causa de pneumonia viral. Os seus principais subtipos causadores são H1N1, H1N2 e H3N2. Os sinais clínicos incluem hipertermia, anorexia, prostração, taquipneia e tosse. Possui uma alta morbidade, geralmente com baixa mortalidade. Causa perdas de desempenho zootécnico e abre portas para outras doenças oportunistas.
  • Pneumonia enzoótica: causada pelo Micoplasma Hyopneumoniae. Os sinais clínicos incluem pneumonia aguda ou crônica, dispneia grave, tosse improdutiva prolongada e mortalidade variável, dependendo das coinfecções.  Geralmente apresenta alta morbidade e baixa mortalidade, afetando profundamente o ganho médio diário e a conversão alimentar.
  • Encefalite (Meningite estreptocócica): causada pelo Streptococcus suis. Os principais sinais clínicos incluir anorexia, apatia, hipertermia, hiperemia de pele, tremores, incoordenação, desequilíbrio, decúbito lateral, pedalagem, artrites, claudicação, ataxia e paralisia. Causa perdas de desempenho zootécnico, mortalidade e aumento no uso de medicamentos. Pode ser prevenida com um bom controle de temperatura, evitando-se grandes amplitudes térmicas e com a garantia do adequado manejo de ventilação nas instalações.

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Medidas para minimizar problemas

As cortinas servem como o isolamento térmico entre o ambiente externo e interno. O manejo de cortinas deve garantir que os animais não passem frio nem recebam correntes de ar frio diretamente. O cuidado nesta época do ano deve ser redobrado, pois a troca de ar é crucial para evitar abafamento dos animais e o acúmulo de gases nocivos.

O manejo das cortinas não deve ser condicionado apenas a um fator. Ao manejar a cortina, devemos levar em consideração a temperatura, velocidade do vento, umidade relativa do ar e qualidade do ar (acúmulo de gases nocivos). Na produção de suínos, a qualidade do ar está diretamente relacionada ao metabolismo dos animais, que liberam calor, umidade e dióxido de carbono pela respiração.

Outra ferramenta importantíssima para esta época do ano é o sistema de aquecimento. Atualmente, existem diversos sistemas de aquecimento – desde fornalhas abastecidas manualmente até sistemas de aquecimento por indução térmica no piso controlados por sensores de calor. O importante é que o equipamento esteja em um bom estado de conservação, funcione corretamente e proporcione um bom conforto térmico para os animais.

Por ser uma época de desafios devido aos efeitos gerados pelas baixas temperaturas, é preciso que o manejo seja o melhor possível. O cuidado com as cortinas deve ser redobrado, e o ajuste de levantar e baixar as cortinas deve ser feito quantas vezes forem necessárias ao longo do dia para manter uma boa temperatura e qualidade do ar dentro das instalações.

Considerações finais

Em resumo, o inverno traz desafios significativos para a suinocultura, principalmente relacionados à saúde respiratória dos leitões. É crucial adotar medidas preventivas, como um bom manejo de cortinas e sistemas de aquecimento, para garantir o conforto térmico e minimizar o risco de doenças. A utilização de equipamentos de monitoramento de temperatura e qualidade do ar, aliados a um manejo cuidadoso, é fundamental para manter a saúde e o desempenho dos animais. Com a implementação destas estratégias, é possível enfrentar os desafios do inverno e garantir uma produção suína eficiente, bem como o conforto térmico e o bem-estar dos leitões, para que as fases subsequentes não sejam prejudicadas.

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